Número 2 / Setembro/Outubro/Novembro Distribuição Gratuita a Associados Editorial Caros Associados e Amigos esperamos que este segundo número da AveseCriadores seja do vosso agrado. Com o primeiro número as opiniões dos associados foram bastante positivas. Com a chegada do Outono regressa a nossa exposição anual, que será realizada na bonita vila de Campo Maior nos dias 31 de Outubro 1 e 2 de Novembro, contamos com a vossa presença e a dos vossos animais para podermos continuar a ser a Exposição de referência em Portugal no que respeita a aves de Capoeira. Quando sair o próximo número da AveseCriadores já estaremos no final de 2014, estamos na altura de pensarmos no nosso futuro. Nestes dois últimos anos felizmente a adesão de novos Associados foi bastante positiva, seria bom que os novos Associados não esquecendo os mais antigos se unissem e fomentassem novas ideias e projectos para a nossa Associação, eu pessoalmente estou satisfeito com o trabalho realizado a Direcção á qual me deram o privilégio de presidir, vai fazer quatro anos de mandato, por mim os cargos nunca deverão ser eternos, é necessário "sangue" novo com novas ideias para haver progresso, porque se algo a Historia nos ensinou é que tudo que se perlonga em demasia passado um tempo deixa de ter resultados. Um Abraço António Damas ( Presidente da ALCAC ) AveseCriadores Ficha Técnica Ano 1 Número 2 Setembro/Outubro/Novembro 2014 Índice Publicação Trimestral Distribuição Gratuita aos Associados Assinatura Não Associados 20 € / 4 Números 2 Editorial Proprietário: ALCAC - Associação Lusa Criadores de Aves de Capoeira NIF: 509708750 Rua Egas Moniz, 3 3º Dtº 730-101 Oeiras Director: João Carita Redacção: António Damas Sede Redacção: ALCAC - Associação Lusa Criadores de Aves de Capoeira Rua Egas Moniz, 3 3º Dtº 730-101 Oeiras Impressão: Tipografia Raposa, Lda NIF: 500824223 Praceta Ramalho Ortigão, Lote 4 Quinta da Francelha. 2685-333 Prior Velho Tiragem: 500 Exemplares Colaboradores nesta edição: João Carita, António Damas, Odin Peter Gerlich, Sérgio Gaspar Isento de registo na ERC, ao abrigo do Dec. Regulamentar 8/99 de 96, artigo nº1 a) 2 3 A Entrevista 6 Raças - Phoenix Moderno Alemão Anã 10 Actualidade 11 Escolher uma Raça 15 Raças - Branca Portuguesa 18 Sabia Que 19 Classificados Todos os textos assinados são da responsabilidade dos seus autores, não sendo a ALCAC responsável pelas opiniões expressas. Os textos não assinados são da responsabilidade da redacção A entrevista António Damas Foi em 1996 que António Damas teve o seu primeiro contacto com as aves que hoje fazem deste criador, um dos mais prestigiados e conhecedores sobre a criação de galinhas a nível nacional e com reconhecimento do seu trabalho também além fronteiras. O primeiro sitio na internt, em Portugal, sobre raças e criação de galinhas foi o seu site, www.galinhasalverca.8m.com , o qual muito tem contribuído para a divulgação das raças, contribuindo ainda significativamente com diversa informação sobre incubação artificial e doenças das galinhas, o que fez com que mais gente se dedicasse a este hobby. A criação de aves de capoeira foi algo que sempre o fascinou, umas raças mais que outras e algumas desde sempre presentes no seu plantel de reprodutores, tais como as Galinhas Australorp e os Ko-Shamo. Muitos anos de dedicação, a deparar-se com situações por vezes inesperadas inerentes à criação de aves que o obrigaram a procurar soluções, sempre com o objectivo de criar os seus animais de forma saudável. A sua curiosidade fez de António Damas uma pessoa sempre muito exigente no que diz respeito à qualidade dos animais, na hora de eleger os seus reprodutores e na qualidade dos animais a apresentar, nos inúmeros concursos e exposições em que tem vindo a participar desde 1998. Tal como muitos criadores portugueses, em certa altura sentiu a falta da existência de uma associação de criadores, dedicada à avicultura de carácter recreativo, que de algum modo contribui-se para a preservação e manutenção orientada das raças criadas. Em 2011 é um dos fundadores da Associação Lusa de Criadores de Aves de Capoeira, tendo sido eleito como presidente da associação, cargo que ainda hoje ocupa, estando a decorrer o seu segundo mandato até Março de 2015. António Damas recebeu-nos para responder às perguntas da entrevista da segunda edição da nossa revista. 3 A entrevista Porquê tanta e tantos anos de dedicação á criação de galinhas? Também ás vezes faço essa pergunta a mim próprio. Tenho a felicidade de a minha mulher também gostar de galinhas, e a criação e selecção das aves para reprodução é um dos nossos hobbys, tentarmos sempre obter melhores resultados nas futuras criações. Quais as raças de galinhas que mais gosta de criar e porquê? Já tive mais de 40 raças diferentes, muitas com diferenças no comportamento e nas criações. Hoje em dia só tenho 3 raças: Australorp, sempre tive essa raça pela sua rusticidade, comportamento, postura, qualidade da carne mas principalmente pela sua cor negra que com os reflexos metálicos fica linda em liberdade. Ko-Shamo e Brigador Inglês Moderno Anão, tenho-os pelo seu porte e beleza mas principalmente pelo carácter activo. É fácil fazer criação de galinhas? Depende, se o objectivo for ter boas criações, saudáveis, robustas e bons exemplares morfologicamente, não, não é fácil. Para si, quais são as principais cuidados que um criador deve ter com os seus animais? Se o objectivo for a selecção morfológica da raça deve ser prioritária a escolha dos reprodutores. Para o seu sucesso conta muito as instalações dos animais, felizmente em Portugal nos últimos anos temos avançado muito nesse aspecto, os criadores perceberam que até uma simples galinha precisa do mínimo de condições de higiene e boa alimentação para ser saudável e boa reprodutora. A vacinação preventiva de algumas das principais doenças que proliferam nos galinheiros é tão ou mais importante que a higiene, mas infelizmente nesse aspecto estamos um bocado atrasados relativamente a alguns dos nossos colegas europeus. Durante os anos que se têm dedicado à criação de galinhas, têm participado em muitos concursos e exposições. Na sua perspectiva qual a importância que têm para um criador participar em concursos e exposições? Quando iniciei a minha criação nada sabia sobre as raças e a informação na altura era muito deficitária sobre o assunto. 4 Felizmente para mim e do nosso pais na altura havia alguns clubes ornitológicos que nas suas exposições incluíam a Avicultura, em 1998 levei as minhas primeiras aves a concurso, parece que foi ontem, uma escolha árdua para mim e minha mulher escolher os mais bonitos e perfeitos, infelizmente a desilusão foi grande. O juiz não tinha a mesma opinião, quase tudo o que levei era "lixo", fiquei como se diz ...., mas agradecido ao juiz ele era isento e julgou como seu critério e padrão de raça, não como os amigos ou conhecidos que quando vêem os meus animais me dizem quase sempre " são lindos, que bons ". Se não tivesse sido o Sr. João Noronha, juiz que altura julgava em Portugal eu nunca tinha procurado mais conhecimentos e informação sobre as galinhas, foram os concursos que me motivaram para o melhoramento daquilo que eu tinha em casa. As aves criadas por nós são o nosso esforço e dedicação. Quase sempre para nós são bonitos e perfeitos, mas nos concursos as aves não são identificadas, o juiz está para fazer o seu trabalho isento e cabe-nos a nós depois tentar melhorar o que está mal. Ao contrario que muita gente pensa, sem concursos ou exposições não há progresso ou melhorias na Avicultura Recreativa. Só não tem interesse nas exposições ou concursos os comerciantes ( que têm sempre o melhor, por isso nem vale a pena entrar nessas coisas que estão todas combinadas! dizem eles) ou os pseudo "criadores" que buscam o lucro que possam fazer a criar umas "galinhas de raça" e vende-las. E ainda á aqueles que vão até lá adquirem aves( porque foram julgadas e sabem o que estão a adquirir para o seu galinheiro) mas por opção não entram em exposições. Para se melhorar e aperfeiçoarmos o que temos devemos colocar as nossas aves a avaliação de alguém credenciado para tal. Infelizmente presentemente só a ALCAC tem uma exposição/concurso, com juízes internacionais a avaliar as aves de capoeira. A entrevista O reconhecimento da qualidade dos animais de um criador certamente que terá por trás muito trabalho de melhoramento e rigor na selecção capacidade esta que só de adquirido com algum estudo ou não? Por incrível que pareça ainda hoje não há uma publicação em Português sobre os padrões de raça dos galináceos, mas há publicações em outras línguas sendo talvez a mais fácil para a maioria de nós em Espanhol e temos acesso á Internet um mundo onde se pode aprender muito, com cuidado buscado a informação fidedigna, pois na Net também á muito gato por lebre, depois para tentar alcançar os nossos objectivos é só seguir o padrão de uma raça aí não há nada mais a inventar, é tentar conseguir o mais prefeito possível. É fundador e presidente da ALCAC. Foi quem lançou o repto, através do seu site para a criação de uma associação de criadores de aves de capoeira. Que razões o levaram a ter esta iniciativa? A criação de aves de capoeira com carácter recreativo, faz mais sentido quando integrada num grupo e partilhada com outras pessoas, dado que estamos a falar de aves com características muito interessantes, algumas delas raras e difíceis de criar. Certamente considera importante a existência de uma associação com os objectivos da ALCAC. Como presidente da associação como prevê o futuro da mesma? O futuro se todos quisermos será de bonança, entraram muitos associados novos pessoas com vontade e competência agora é unirem-se aos que já lá estavam e levaram a ALCAC a bom porto, pois como em tudo na vida o difícil é o arranque e na ALCAC esse passo já está dado. Como presidente da associação que iniciativas que não tenha concretizado, gostaria de ver em iniciativas futuras? Tantas e tantas, que não fiz e continuam a estar no meu pensamento, mas felizmente o pensamento é livre e sem limites, o problema é quando nos confrontamos com a realidade, como já disse a nossa Associação não é diferente das outras e quer se goste ou não o povo Português tem por habito fazer-se associado, mas com pouco espírito associativo, basta ver as Assembleias onde se deve deliberar o caminho a seguir, somos 80 aparecem 12 ou 16 se descontarmos os membros da Direcção e da mesa compareceram 4 ou 6 Associados sem cargo na associação. Assumo totalmente o fracasso de não os ter conseguido motivar, mas no futuro gostaria de ver as novas direcções com Assembleias concorridas, porque é lá que se decide o futuro, como prova nesta ultima Assembleia éramos poucos mas saíram ideias novas que possivelmente ainda se iram concretizar esta ano. Amigo, o futuro a Deus pertence, se os homens nada fizerem por ele. A ALCAC não é diferente das outras associações ou clubes, foi fundada com a energia de 23 Associados que nos deram o balanço inicial, a partir daí temos vindo a crescer progressivamente e estavelmente, temos património e capital para garantir todos os encargos deste ano e ficarmos ainda com um saldo positivo para 2015, para isso se conseguir foi necessária uma gestão rigorosa e talvez um pouco rígida, mas para fazer uma omeleta os ovos são sempre necessários. Como em todas as associações houve pessoas que aderiram e desistiram outras deixaram de cumprir as suas obrigações, uns que não se identificaram com o projecto, alguns que pensavam que a função da associação era vender-lhes os animais e outros lá terão as suas razões. 5 Raças Phoenix Moderno Alemão Anã Há registos que em meados de 1880, na Alemanha se dá os primeiros passos na criação desta raça. Louis Neubert da saxónia cruzou um phoenix de porte grande com brigadores ingleses antigos, depois de 18 anos de dedicação expôs os primeiros phoenix anãs. Mais criadores seguem, como Otto Giesche, que em meados de 1905 importou phoenix anãs de Inglaterra. De seguida cruzou-as com phoenix de porte grande para dar início a sua própria criação com a sua identidade própia. Outros, como weiddauer, criou phoenix brancos a partir de yokohamas…. A segunda guerra mundial acabou por contribuir com a extinção destas linhas. Voltaram a surgir novos exemplares a partir de 1956 na exposição nacional de avicultura em Colónia. 6 Ao início criava-se os phoenix anãs com a perspectiva das características do phoenix antigo. Dava-se mais importância ao comprimento da cauda e selas e outras características como o tamanho da crista, posição das asas etc.. eram secundárias. O Verdadeiro phoenix moderno alemão começou a surgir nos anos 80. Foi criada a partir de javas, phoenix de porte grande e brigador inglês antigo. O brigador inglês teve muita influência na morfologia do phoenix moderno, a elegância e as coxas altas são atributos desta raça. O phoenix moderno constitui um enriquecimento a nível de beleza , dão um toque excepcional a jardins e causam admiração quando expostas em exposições. Ao adquirir esta raça deve-se ter em conta que são aves que precisam de um maneio mais cuidado a nível de higiene, alimentação etc… do que a maioria das aves de capoeira.