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PARA QUEM AMA VELOCIDADE
ANO 2 | EDIÇÃO ESPECIAL 14-B
303 km/h!
DANA
RECRIA O
RECORDISTA
BRASILEIRO DE
VELOCIDADE
A RECRIAÇÃO - A HISTÓRIA DO
OPALA QUE CHEGOU A 315 KM/H
OS PROJETOS DA DANA - O
COPERSUCAR FOI O PRIMEIRO
A EQUIPE - OS PROFISSIONAIS
ENVOLVIDOS NA RECONSTRUÇÃO
NESTA EDIÇÃO
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manifesto
Um longo caminho
A recriação de um ícone
Poster
Diário de um recorde
Fábio Sotto Mayor, o piloto
Ciro Baumann, o cronometrista
Celso Miranda, o repórter
Casado, Christófaro Jr, Luongo
e Zereu, os preparadores
20 Anedotas do recorde
21 Como é bater um recorde de velocidade
22 O carro, o evento e suas fichas técnicas
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ANO II - EDIÇÃO ESPECIAL 14-B AGOSTO/2022
REDAÇÃO
Editor-chefe: Wagner Gonzalez (MTb 13174-SP)
Editor de arte: Pedro Hiraoka
Revisão: Luiz Alberto Pandini, Marisa José
Conselho editorial: Bob Sharp, Luis Pedro
Ferreira
Colaboraram nesta edição: Cacá Clauset, Elíseo
Casado, Fábio Sotto Mayor, João Luiz Fernandez,
Motor Park Haras Tuiuti, Ricardo Rollo
Assessoria Jurídica: Burza Advogados Associados,
Rua Alvarenga, 67 - (11) 3030-3488 - São Paulo - SP
UMA PUBLICAÇÃO BEEPRESS
Redação e Administração:
Rua Barão do Triunfo, 1528, cj. 62 - Brooklin - CEP
04602-006 - São Paulo - SP - Tel. (11) 98326-6630
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É proibida a reprodução total ou parcial de textos e
fotos desta edição sem prévia autorização. Matérias e
artigos assinados são de responsabilidade dos autores
e não representam a opinião da revista Curva3.
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FOTO WAGNER GONZALEZ
MANIFESTO
RECONSTRUINDO A HISTÓRIA DO
AUTOMOBILISMO BRASILEIRO
Recriação do carro
recordista brasileiro
de velocidade traz
durabilidade e
consistência para a
história esportiva do País
A restauração do Fittipaldi FD-01,
primeiro carro brasileiro de F-1, foi
outro projeto apoiado pela Dana
A
história do automobilismo brasileiro é rica em fatos, histórias e personagens,
mas pobre no que diz respeito à preservação de sua memória. Há pouco mais
de três décadas, mais exatamente no dia 15 de outubro de 1991, um Opala
muito especial foi cronometrado a 315 km/h em um trecho de 5 km na rodovia
Rio-Santos e estabeleceu um novo recorde brasileiro de velocidade em linha reta.
O piloto Fábio Sotto Mayor acelerou o imponente cupê por seis vezes na região
de Bertioga para estabelecer a marca de acordo com as normas prescritas pela
Federação Internacional de Automóvel (FIA) e supervisionado pela Confederação
Brasileira de Automobilismo (CBA).
Para cumprir as exigências, foram consideradas as duas melhores passagens das três
tentativas realizadas no espaço de uma hora, cada uma delas percorrendo o trecho
selecionado em dois sentidos. Na melhor combinação, foram registrados 291 km/h
no percurso norte-sul e 315 km/h no percurso sul-norte, números que resultaram na
média horária de 303,157 km/h, dados registrados por instrumentação que utilizou
um cabo de 1 km de extensão. Tão épica como a quebra do recorde foi a recuperação
deste ícone do automobilismo brasileiro três décadas depois.
“Temos muito orgulho deste novo capítulo na recuperação da nossa história, projeto
que novamente mobilizou um sem-fim de colegas, parceiros de longa data e vários
novos que juntos viabilizaram este complexo projeto de restauro, a exemplo do que
havíamos feito na restauração do primeiro Fórmula 1 brasileiro, o Fittipaldi FD-01,
quase 20 anos atrás,” reforça Raul Germany, Presidente da Dana para o Brasil.
“Recriar um carro nacional que marcou época na história do esporte nos ajuda
a reforçar a capacidade criativa de profissionais abnegados e apaixonados pelo
automobilismo brasileiro. Nada mais apropriado do que coroar com este presente o
ano em que celebramos os 75 anos de atividades da Dana no Brasil,” destaca.
3
INTRODUÇÃO
UM LONGO CAMINH
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O PARA CELEBRAR
303 km/h
Wagner Gonzalez
Projeto que
resgata
importante
fato do
automobilismo
brasileiro
demandou
três anos de
pesquisas,
além de
longas
jornadas de
trabalho
A
Ricardo Rollo e Acervo Dana
pós restaurar o Fittipaldi FD-01,
primeiro carro de F-1 brasileiro,
a Dana não interrompeu seu
propósito de recuperar a história
do
automobilismo
verdeamarelo. Independente dos resultados
que o monoposto projetado por Ricardo
Divilla e construído em São Paulo em
meados dos anos 1970 conseguiu nas
pistas, esse automóvel trouxe conceitos
de aerodinâmica que até hoje são
aplicados pela categoria máxima do ao
automobilismo mundial.
O recorde brasileiro de velocidade em
linha reta, estabelecido por Fabio Sotto
Mayor em 1991 a bordo do seu Chevrolet
Opala Stock Car é dissecado nesta edição
especial da revista Curva3. Tal feito
justifica-se pelo trabalho de um grupo de
abnegados que estabeleceram uma marca
até hoje não superada.
Para cumprir as exigências, foram
consideradas as duas melhores passagens
das três tentativas realizadas no espaço de
uma hora, cada uma delas percorrendo o
trecho selecionado em dois sentidos.
O trabalho de preparação para alcançar
o objetivo de estabelecer uma nova marca
brasileira reconhecida pelas autoridades
desportivas demorou longos e agitados
seis meses, cortesia do disputado
Campeonato Brasileiro de Stock Car em
1991 no qual Sotto Mayor era um dos
principais concorrentes.
Muito mais longo e trabalhoso,
porém, foi o processo de recriar esse
importante automóvel, projeto iniciado 26
anos mais tarde e pautado pela busca
da maior fidelidade possível. Um número
significativo de profissionais (veja box na
página 10) colaborou das mais variadas
maneiras para que tudo saísse a contento.
Não foram poucas as oportunidades
em que artesãos e notáveis do esporte se
dedicaram por longos períodos sem pensar
em “dar uma paradinha” ou “continuar o
trabalho amanhã”. Prova inequívoca do
fascínio que a velocidade exerce sobre o
homem e da paixão que o automobilismo
desperta nos brasileiros.
Desde encontrar
um stock car
adequado até
recriar um ícone
foram três anos
de pesquisas de
recuperação e
fabricação de
componentes e
peças especiais
5
RESTAURAÇÃO
UM TRABALHO METIC
Pesquisa de fotos e vídeos produzidos há três décadas guiou o trabalho de recriação
D
aytona, Goodwood, Le Mans,
Monte Carlo e Spa são nomes
consagrados do automobilismo
mundial e que anualmente recebem
eventos focados em automóveis
clássicos que já competiram no asfalto
desses circuitos dos EUA, Inglaterra, França,
Mônaco e Bélgica. Entre nós, a preservação
da memória do automobilismo é um espaço
próprio e habitado por poucos abnegados,
entre eles a Dana. Marca que está entre os
principais nomes da indústria mundial de
autopeças, a filial brasileira da empresa tem
se mostrado um alicerce da construção de
tal movimento.
Após a restauração do Fittipaldi
FD-01, primeiro carro de F-1 projetado e
construído no País, a empresa expandiu
seu investimento na recuperação de
outro importante automóvel do esporte
a motor brasileiro: o Chevrolet Opala que
o piloto Fábio Sotto Mayor levou a mais
6
de 315 km/h em um trecho da estrada
Rio-Santos para estabelecer um novo
recorde de velocidade em linha reta em
1991. Na média de duas passagens, uma
em cada sentido do trecho cronometrado,
o resultado foram impressionantes 303, 157
km/h. Como que a valorizar ainda mais essa
conquista cabe lembrar que em 19 anos
mais tarde, um stock car pilotado por Cacá
Bueno e equipado com motor V8 instalado
em um chassi construído especialmente
para competição, chegou a 345 km/h em
Boneville, EUA, uma pista considerada ideal
para estabelecer recordes de velocidade.
Pelas normas da Federação Internacional
do Automóvel (FIA), a tentativa de
estabelecer o recorde teve que ser realizada
num trecho de cinco quilômetros – dois para
aceleração, um para medir a velocidade
e mais dois para frear -, em um local ao
nível do mar. O resultado homologado
é a média de duas passagens, uma em
cada sentido e no intervalo de 15 minutos.
Se os parâmetros impostos pela entidade
internacional foram seguidos à risca e
supervisionados pela sua representação
no Brasil, a Confederação Brasileira
de Automobilismo (CBA), a recriação
do carro usado no dia 15 de outubro de
1991 desbravou caminhos tortuosos em
busca de artesãos capazes de reconstruir
fielmente as características daquele Opala
equipado com uma carenagem especial e
que, à época, era a base do Campeonato
Brasileiro de Stock Car.
“Quando recuperamos o Fittipaldi
FD-01, tivemos a orientação direta de
Wilson Fittipaldi Júnior e de Darci Medeiros,
chefe dos mecânicos da equipe”, conta Luis
Pedro Ferreira, Diretor de Marketing da
Dana e coordenador do projeto que buscou
homenagear aquele que foi o Opala mais
veloz do Brasil. “Com a curadoria de Douglas
Cavallari, um amigo e parceiro do projeto