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Diário SB
Segunda-feira, 4 de Outubro de 2021
Entrevista 3
Entrevista
“Procure o Cras e retire cartão do SC Mais Renda”
Claudinei Marques
Secretário do
Desenvolvimento Social
O Secretário do
Desenvolvimento Social,
Claudinei Marques, está
diante de um dos maiores
desafios dentro do Governo do
Estado: tocar uma das pastas
mais procuradas durante
a pandemia. Sua missão
é cuidar do atendimento
às pessoas que vivem na
pobreza e extrema pobreza, as
mais afetadas no drama do
coronavírus.
A sua secretaria
é responsável pelo
funcionamento do programa
SC Mais Renda, que veio
para ajudar os moradores de
SC que não foram alcançados
pelo Auxílio Emergencial
do Governo Federal. O
problema é que dos mais 10
mil possíveis beneficiários,
mais de 4 mil não procuraram
os Cras dos municípios para
desbloquearem seus cartões
para receberem o benefício.
Por isso, esse paranaense
de 45 anos, nascido em
Matelândia, e quinto vereador
mais votado em Florianópolis
com mais de 3 mil votos, pede
para que quem ainda não foi,
que vá pegar os recursos.
Nesta entrevista exclusiva
à coluna Pelo Estado, ele
conclama os beneficiários, fala
sobre outras ações e do convite
feito pelo seu partido ao
governador Carlos Moisés.
Confira:
Integração Editorial
O SC Mais Renda é um programa que
veio para ajudar pessoas necessitadas em
meio à pandemia. No entanto, cerca de
40% das famílias que têm direito ao benefício ainda não desbloquearam seus cartões. O que fazer para mudar este quadro?
O que nós temos feito é a divulgação
para que essas pessoas possam ir ao aparelho do Cras (Centro de Referência de
Assistência Social) de suas cidades para
desbloquearem seus cartões, até mesmo
porque tem um prazo para a retirada dos
recursos. O valor fica durante três meses
no cartão. Passado esse prazo, o valor é retirado. É muito importante as pessoas irem
ao Cras. Alguns municípios têm feito uma
força-tarefa para tentar localizar essas pessoas, mas qual a dificuldade: tem pessoas
que se cadastraram no site e foram contempladas, só que a maioria está no CadÚnico, de onde nós buscamos os nomes
dos beneficiários. São pessoas que não
recebem nenhum tipo de auxílio. Muitas
vezes essas pessoas nem sabem que têm
esse direito. O que eu peço é: pelo amor de
Deus, procurem o Cras e retire o seu cartão
Mas esse programa atende às pessoas
carentes, muitas sem acesso à internet.
Não deveria ser feito uma busca ativa que
elas tenham acesso aos recursos?
Os municípios têm feito a parte deles,
a forma como acham melhor a divulgação.
Mesmo assim, poucas pessoas estão indo
buscar e desbloquear os cartões. Esse é o
nosso apelo. A nossa intenção é de que
com esse chamamento dos municípios todos busquem os recursos. Porque, quando
o governador Carlos Moisés decidiu fazer
esse auxílio, a intenção foi ajudar essas
pessoas que vivem em situação de pobreza e extrema pobreza. Aqueles que estão
desempregados, nós acreditamos que foram buscar os cartões. Esses entraram no
site e fizeram o cadastro e ali foram informados de que foram aprovados e têm direito ao recurso. A nossa dificuldade é em
relação a esses que estão no CadÚnico.
CZ dessa atuação em relação às pessoas que vivem da pobreza e extrema pobreza, a Secretaria desenvolve um trabalho
junto às mulheres vítimas de violência.
Como está essa ação?
Nós temos trabalhando incansavelmente, principalmente em parceria com a
Polícia Militar. Temos dois ônibus que estavam nos municípios e voltaram e estamos
vendo a possibilidade de cedê-los à PM
para fazer o trabalho preventivo, que é um
trabalho necessário. Durante a pandemia
aumentaram os números de casos de violência contra a mulher, talvez pelo fato de
os homens estarem mais tempo em casa.
M a s
“O valor fica durante três
meses no cartão. Passado
esse prazo, o valor é retirado.
É muito importante as
pessoas irem ao Cras”.
abrimos recentemente um edital onde vai
se prestar serviço numa casa acolhedora.
Ou seja, a Secretaria está fazendo a parte
dela, temos uma equipe trabalhando em
cima disso para que possa ajudar a diminuir esse índice que tem aumentado em
relação à agressão contra as mulheres.
Essa é mais uma das seqüelas que a pandemia está deixando, infelizmente.
Outra ação da Secretaria é um trabalho
focado em municípios com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O que
está sendo feito?
São 61 municípios que estão com o
IDH baixo, que precisam de atenção e ajuda. O governador Carlos Moisés tem tido
uma atenção especial para que a gente
ajude esses municípios. Isso envolve ações
na Saúde, Educação, Habitação, onde está
se desenvolvendo uma forma de ajudar os
municípios; Evasão Escolar também é uma
das preocupações porque aumentou muito durante a pandemia. E isso preocupa
porque quando aumenta a evasão escolar,
aumenta o risco de cair no crime. Isso é um
perigo. Temos que arrumar uma forma de
fazer essa gurizada voltar para as escolas.
E se você for ver a maioria dos municípios
com esse IDH baixo estão na Serra. Tirando
Lages, quase todos têm o IDH baixo.
A sua pasta é uma das mais importantes nesse momento de pandemia, tem
sido um grande desafio estar à frente dela?
Nós cuidamos daqueles que realmente
estão em situação desesperadora, pessoas
que estão na pobreza e extrema pobreza.
Nós trabalhamos juntamente com os municípios para dar auxílio a essas pessoas.
Eu costumo dizer que na pandemia duas
pastas se tornaram as mais importantes: a
Saúde e o Desenvolvimento Social. Para se
ter uma ideia, o aumento de cestas básicas é assustador. O governador aumentou
o co-financiamento, que chegava a R$ 20
milhões. O co-financiamento é uma verba
que é distribuída pelos aparelhos de Cras
e Creas do estado. Por exemplo, geralmente eram R$ 20 milhões por ano, esse ano
e no ano passado foram aportados R$ 50
milhões. Foram R$ 30 milhões a mais por
ano e tem municípios que ainda precisam
mais, porque o pedido de cestas básicas
aumentou muito. Eu converso com pre-
Jornalistas
Edição e texto: Ewaldo Willerding (peloestado@gmail.com)
Conteúdo e redes sociais: Emilly Leal
feitos e secretários de assistência social
dos municípios e eles confiram que aumentou muito esse tipo de demanda.
É algo preocupante porque não vamos
vencer isso da noite para o dia. Esse desafio será vencido pouco a pouco.
Outro programa muito interessante
da sua pasta dá atenção para a gestação
múltipla. Como está essa ação?
Nós tínhamos em Santa Catarina um
projeto inicial onde o Estado dava auxílio para famílias carentes, com meninas
com idade até 12 anos, só que nesta
idade ela nem entrou na fase de menor
aprendiz. Ajuda, sim, ajuda, mas para no
limite de 12 anos. A deputada Paulinha
fez uma emenda no Projeto de Lei para
que fosse para 14 anos, mas como não
cabe essa ação ao Legislativo, tem que
partir do Executivo, e nós, em conjunto
com outros parlamentares, estruturamos, a partir do governador Carlos Moisés, um Projeto de Lei que fosse para 18
anos. Porque a partir daí está entrando
na maioridade, provavelmente está trabalhando, bem encaminhado e já consegue se manter. Aumenta o custo para
o Estado, sim, mas precisamos entender
que algumas ações são custos, outras
são investimentos. E isso é investimento. E o aumento no caixa do governo
foi de R$ 2 milhões. No dia em que discutimos o tema estava uma mulher de
Braço do Norte com 5 filhas, todas nessa faixa etária. Então você imagina uma
mãe que recebe pouco mais de R$ 500
por crianças e de repente ela pára de receber. É um risco muito grande.
O seu partido, o Republicanos, convidou o governador Carlos Moisés?
Vários partidos fizeram. O governador na verdade está estudando os partidos. O nosso partido ainda não apresentou um encaminhamento para as
eleições, estamos esperando passar a
reforma para ver o que fazer. EZstamos
esperando definir as regras. Não dá para
pensar no jogo sem conhecer as regras.
Nós colocamos o nosso nome à disposição do partido para a candidatura a deputado federal. Se o partido achar bem,
estaremos à disposição.
“Nós colocamos o nosso
nome à disposição do partido para a candidatura a
deputado federal”.
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